O conhecimento dos mails privados do Benfica deixou os encarnados em brasa. Tentaram conter a saída de informações, quando ainda não se sabia que Rui Pinto era o principal suspeito. O Benfica ameaçou os seus funcionários com processos disciplinares.
Ainda em investigação está o pagamento feito pelo Benfica do casamento da filha de Domingos Soares de Oliveira. Os elementos estão no Ministério Público, mas não há ainda acusação ou arquivamento. O inquérito está com a mesma equipa especial.
Aliciamento para perder foi confirmado pelos atletas
DECLARAÇÕES Defesa confirmou tentativa de corrupção por parte de empresário que dizia agir a mando dos encarnados ACUSAÇÕES Guarda-redes disse que Boaventura lhe ofereceu 250 mil euros para perder com o Benfica. Não aceitou
Há mais de três anos que a PJ está a investigar suspeitas de aliciamento de jogadores do Rio Ave, feitas por um empresário que dizia agir a mando do Benfica. O caso começou a ser investigado no Porto, mas está agora em Lisboa, na equipa especial criada pelo Ministério Público.
Não há ainda acusação, o inquérito está aparentemente parado, embora conte com confissões por parte dos atletas. Além de provas que a PJ do Porto recolheu e que poderiam ter resultado numa acusação autónoma.
A história começou em fevereiro de 2016. Foi antes de um Feirense-Rio Ave, que os de Vila do Conde perderam por 2-1, que soaram as campainhas.
Pagaram para azuis ganharem ao FC Porto
No processo Mala Ciao, a PJ recolheu provas de que o Benfica passou para a frente na 28ª jornada depois de ter pagado 15 mil euros a cada jogador do Belenenses para ganharem ao FC Porto.
O MP dizia ainda nos despachos de indiciação que Luís Filipe Vieira tinha conhecimento do esquema criminoso.
FC Porto condenado por truncar mails
No processo cível entretanto interposto pelo Benfica, os azuis-e-brancos foram condenados. Francisco J. Marques, diretor de comunicação, foi um dos homens apontados como tendo liderado a campanha de difamação contra os da Luz. O juiz disse que houve vários mails que foram truncados.
Cashball escapou À equipa de Lisboa
O único processo que escapou à equipa de Lisboa foi o Cashball, por ter sido catalogado como corrupção no andebol. Estavam também em causa suspeitas de corrupção na I Liga, mas a PJ do Porto conseguiu evitar que o processo fosse também para Lisboa. Ainda não há acusação formada.
Pormenores
Encerrado por acordo
O processo de difamação acabou encerrado por acordo. Boaventura ter pedido desculpa a Cássio, depois de ter escrito que o guarda-redes tinha favorecido o FC Porto
Justiça é autónoma
As declarações proferidos no caso de difamação transitaram para o processo-crime que se mantém em inquérito Lionn confirmou que já tinha dito o mesmo em declarações à Policia Judiciaria.
Recolhidas provas sobre esquema de empréstimos
O Ministério Público do Porto não tinha dúvidas de que existia um esquema criminoso, liderado pelo Benfica, que tinha como principal aliado o Desportivo das Aves. Dizia o magistrado nos documentos juntos ao processo Mala Ciao - que também está parado na equipa especial de Lisboa - que os jogadores encarnados eram emprestados ao clube de Santo Tirso de forma encapotada.
A fórmula era simples: os jogadores assinavam contrato com o Aves - casos de Arango, Derley, Salvador Agra e Farina – mas os da Luz tinham uma cláusula secreta. Estava garantida a recompra, o que permitia exceder o limite máximo de empréstimos.
Nos mesmos documentos são reveladas outras provas: aditamentos a contratos de jogadores em que estão mencionados valores à parte e que foram apreendidos. Estavam escondidos na casa da mãe de um dos dirigentes.
Dizia ainda o magistrado nortenho que o Benfica se disponibilizava a abordar jogadores adversários do Desportivo das Aves para facilitar e viciar os resultados. E que prometeu dinheiro - 10 mil euros a cada atleta - se aqueles ganhassem ao rival FC Porto.
Outros clubes envolvidos
Esta investigação atingiu ainda mais três clubes. O Marítimo, o Vitória de Setúbal e o Paços de Ferreira foram igualmente alvo de buscas. A PJ suspeitava do mesmo. De que o esquema de empréstimos se estendia a outros emblemas e que, com isso, o Benfica conseguia condicionar os jogadores.
Todas estas provas foram depois enviadas para Lisboa, mas há meses que o processo não tem mais diligências. Foi concentrado na equipa especial do Ministério Público.
Ministério Público quer adiar julgamento para que SAD fique no mesmo processo
O Ministério Público quer adiar o julgamento do processo E-Toupeira, já marcado para 20 de setembro. Paulo Gonçalves e o funcionário judicial José Augusto foram os únicos a serem pronunciados, mas o Ministério Público recorreu e insiste em levar a SAD encarnada a julgamento.
Este impasse - o processo ainda não foi decidido na Relação - serve para evitar que haja julgamentos separados. Nesse caso, as declarações de Paulo Gonçalves poderiam não ser tidas em conta no processo da SAD - caso a mesma venha a ser pronunciada na Justiça.
FcPorto e Os Amigos
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